Monday, November 7, 2016

Bon Chic Bon Genre

Está visto. Um jornal ganha fama de ser corajoso e curioso e de levantar lebres que outros preferem deixar a dormir. Sério ou mordaz, independentemente do método é ele que nos aponta as tramóias e os conluios, quem e porquê nos atiça os ódios e nos prega rasteiras, quem se  faz de amigo e quem se faz de inimigo, e por isso mesmo é respeitado tanto dentro como fora das fronteiras regionais.

Está visto. Um jornal assim correrá o risco de ver abundantes precalços espalhados pelo caminho e os seus jornalistas a escrever espalhados por sites e blogs, para se manterem fiéis aos seus princípios. Um jornal assim também se poderá deixar apaixonar pela sua respeitabilidade, mandar os princípios e os ideais dar uma volta pelo saguão e abrir as portas aos vendedores de banha da cobra. Neste caso, um jornal assim passa a ser um jornal de varivaidades, depois de ter comido os próprios fígados ao submeter o seu conteúdo à subtil cosmética da autocensura.Vimos gente que considerávamos séria e de confiança fazer piruetas para tornar enevoado o que salta à vista, que é exatamente o oposto do seu caminho inicialmente traçado.

Também está visto. Os jornais que pouco ou nada se afastam do biberão cosmético das agências e que imitam outros jornais de maior sucesso, enevoando ainda mais as coisas, para parecerem gente fina.

As campanhas para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, com o seu rol de golpes baixos e escândalos prontamente abafados, têm sido determinantes no levantar destes cadáveres das suas campas.

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